sábado, 3 de setembro de 2011

“Escola Nova” Uma identidade em construção


“Fisicamente, habitamos um espaço, 
mas, sentimentalmente, 
somos habitados por uma memória.”
José Saramago

A EMEF Jardim Paulo VI começou as atividades em 2010. Nosso primeiro ano de vida foi bastante difícil, devido ao processo de adaptação dos alunos e de todos os profissionais da U.E., contudo a equipe escolar não titubeou frente às dificuldades e vem investindo em vários projetos para aproximar escola e comunidade.

Atendemos uma demanda que exige muita paciência, dedicação e criatividade para conciliar ensino, aprendizagem e protagonismo infanto-juvenil, em um ambiente que, apesar de novo, é marcado pelo modelo ideal de educação que perpassa o imaginário de quem atua diretamente no contexto escolar.

         Ao buscarmos entender todo o contexto de “construção” da identidade da nossa escola e ao refletir sobre o cenário da educação no Brasil, questões políticas, sociais e econômicas constituem-se como barreiras presentes no fazer pedagógico. Além disso, é possível perceber que nos últimos anos convivemos com várias mudanças educacionais, como a democratização do ensino público, que passa a garantir acesso e permanência a todos.

 Fachada Externa inicio de 2010

O atendimento a esses alunos, antes excluídos, bem como o avanço tecnológico das últimas décadas, vem inserindo a educação em um novo contexto, que passa a exigir do educador uma visão ampla do processo ensino-aprendizagem, levando-o a estudar, refletir e propor ações diferenciadas para a realização do trabalho pedagógico. 

       O desafio do trabalho com alunos provenientes de diferentes U.E.s do entorno, em variados níveis de aprendizagem, e sem vínculos com a escola nova, trouxe-nos um grande desafio, o investimento na construção da identidade, que vem sendo trabalhada constantemente com o empenho de toda comunidade escolar por meio da realização de projetos específicos.

Nesse sentido, Terezinha Azeredo Rios nos traz uma contribuição muito significativa ressaltando que “A identidade da escola vai sendo arquitetada no meio de que ela faz parte, com todos os segmentos que a compõem, levando-se em conta necessidades, crenças e valores. É uma identidade que se afirma na articulação com as outras instituições sociais – a família, a comunidade (1)”.

         Na busca pela construção da identidade escolar, muitas ações estão sendo realizadas, a fim de permitir a participação de alunos, educadores e comunidade, de modo a priorizar o desenvolvimento das competências e habilidades de leitura e escrita, condizentes com o Projeto da Rede Municipal de São Paulo, promovendo assim o ensino e a aprendizagem dos conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais, por meio de atividades pontuais:
 
· Festa Junina e Mostra cultural - Tema África, Festa das Tradições Populares: Região Nordeste;
· Projetos - Jardinagem, Carnaval, Xadrez, Escolinha de Esportes, Campeonatos, Blog, Nas ondas do Rádio, etc;
· Estudos de Recuperação Paralela - Matemática;
· Implantação da Informática Educativa, Sala de Leitura, SAP e Laboratório de Ciências.

      Portanto, como mediador de aprendizagem, o professor se coloca como facilitador incentivador ou motivador da aprendizagem, segundo Masetto(2), buscando renovar planos e posturas para adequar às necessidades do fazer pedagógico, incentivando a capacidade de criar e produzir novos saberes, a partir da realidade dos alunos, despertando assim a curiosidade e o interesse à pesquisa, transformando o aprender em compreender.

        No início de agosto desse ano, realizamos a I Festa das Tradições Populares Brasileiras, focando a região nordeste, valorizando a origem de um número significativo de alunos de nossa U.E. O evento ocorrido em pleno sábado reuniu toda a comunidade escolar, para degustação de pratos típicos e apreciação de apresentações como a do frevo, da capoeira e da encenação do Bumba meu boi, protagonizadas pelos alunos da escola.

      O cordel, tema proposto pelos Cadernos de Apoio e Aprendizagem do 7º ano - LP, “coloriu” em preto e branco com as xilogravuras, o muro da escola pelas mãos dos alunos; além de “disciplinar” a “bagunça” com as sextilhas e regularidades dos versos cordelistas em apresentações orais e escritas.

 Exposição de Trabalhos EF I e II/ago 2011

A decoração da escola com motivos nordestinos tomou o lugar da “decoração” de fórmulas e textos, revelando que o ambiente escolar pode ser rico em criatividade e motivação. E se o tempo e o espaço forem bem aproveitados, a distância entre a escola que reclamamos e a escola com que sonhamos continuará a diminuir, transformando utopia em realidade. 

      Percebemos assim, que muito já avançamos neste período, porém outros desafios precisam ser transpostos. Nosso esforço tem sido no sentido de transformar a escola em espaço de convivência e aprendizagem, de forma a contemplar a diversidade, o respeito e a possibilidade de cada um e de todos, pois somos uma equipe que ainda acredita em mudanças – somos EDUCADORES – e a esperança por uma escola melhor caminha conosco.

Participantes da JEIF 2011.  
Fachada externa após a Festa/ago 2011


(1) Artigo publicado em Nova Escola Gestão Escolar, Ed. 005, Dezembro 2009/Janeiro 2010

(2) MORAN, José M.; MASETTO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas tecnologias e a mediação pedagógica. Campinas: Papirus, 2000.

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O artigo acima foi escrito pelos professores dos grupos de 
JEIF e pelas Coordenadoras Pedagógicas da EMEF Jd. Paulo VI

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Memorial da Resistência de São Paulo

Era Vargas (1930-1945): autoritarismo e repressão
Palestrante: Profa. Dra. Anita Leocádia Prestes
Dia 17 de setembro de 2011 (sábado), das 10h30 às 13h
Largo General Osório, 66 – Luz
Auditório Vitae – 5º andar
 
Dando sequência aos Encontros de Aprofundamento Temático promovidos pelo Memorial da Resistência de São Paulo, neste segundo evento destacaremos o contexto e as relações político-sociais do primeiro governo de Getúlio Vargas. Com o objetivo de adensar a compreensão, discutir e dialogar sobre o tema, apresentamos a palestra “Era Vargas (1930-1945): autoritarismo e repressão”, a ser proferida pela Profa. Dra. Anita Leocádia Prestes.
Anita Leocádia Prestes
Doutora em Economia Política pelo Instituto de Ciências Sociais (1975) e em História pela Universidade Federal Fluminense (1989). Atualmente é professora do Programa de Pós-Graduação em História Comparada da Universidade Federal do Rio de Janeiro, no qual coordena o projeto de pesquisa “Luiz Carlos Prestes e a política do PCB (1958-1990): uma abordagem comparativa”, e presidente do Instituto Luiz Carlos Prestes.
 
Público-alvo: professores, educadores e estudantes universitários (graduação e pós-graduação)
Inscrições: 01 a 15 de setembro, somente pelos telefones (11) 3324.0943 ou 0944, com Valdir ou Heber (de segunda à sexta-feira, das 10h às 17h30)
Entrada Franca
Haverá entrega de declarações de comparecimento aos interessados


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